Em Dezembro de 2014, aconteceu em São Paulo o DiaTipo, encontro de tipografia com convidados brasileiros e internacionais; e o T&t não podia deixar de comparecer… Nós já escrevemos sobre o evento aqui no blog, faltou contar sobre a nossa experiência produzindo os cartões distribuídos durante o evento para divulgar o blog.
Primeiramente queríamos muito usar a impressão com tipos móveis oferecida pela imprensa da universidade; mas teríamos pouco tempo e acesso as máquinas além das limitações técnicas. Usar a impressão digital, mesmo com papéis especiais, nos daria poucas possibilidades de experimentar e fazer um material diferente. Nossa solução foi unir as possibilidades que os dois métodos nos davam; um cartão com os dois lados impressos em processos separados, as informações impressas digitalmente em papel branco; e o monograma do blog impresso na tipografia em papéis especiais. Misturando os tipos móveis com o digital, nosso cartão ficaria com a cara do blog.
A parte mais divertida e interessante foi fazer o lado que envolvia a impressão tipográfica. A primeira coisa que precisamos foi cortar os papéis que compramos no formato dos cartões, o que foi feito a mão.

Para usar na tipografia, encomendamos um clichê especial, com o monograma do nosso blog. O clichê foi o investimento mais caro do nosso cartão, que foi pensado pra gastar muito pouco; mas vai ser utilizado daqui pra frente nos outros cartões também. Todos os clichês devem ter uma certa altura para serem usados na máquina e, mesmo com a placa de madeira que o acompanhava, o clichê encomendado não era alto o suficiente. O interessante de usar a tipografia é que, conhecendo o processo, é possível fazer alterações manuais e criar efeitos ou atingir objetivos de formas relativamente simples. No nosso caso o impressor Gilberto Moraes adequou o tamanho do clichê cortando pedaços de papel do mesmo tamanho e empilhando, até atingir a altura certa.
Feito isso, conseguimos colocar o clichê na impressora tipográfica e estampar os cartões. Foi muito interessante ver como o processo é cuidadoso e os efeitos dos ajustes e detalhes manuais. Para ajustar os cartões, foi impressa uma “sombra” do clichê, que virou a referência para o posicionamento dos encaixes; e as diferentes gramaturas dos papéis exigiam pressões diferentes na máquina; muita pressão faz a tinta ser impressa em áreas sem relevo do clichê, pouca pressão dá um efeito apagado à tinta.
Foi engraçado perceber como a nossa percepção acerca da tipografia, como estudantes e professora de design era diferente da percepção dos impressores. Nós levamos o uso da máquina de tipografia como um elemento menos controlado do cartão, comparado com a impressão digital, com mais elementos supresa e mais passível de experimentações e efeitos. Os impressores levavam o uso da máquina de modo mais sério e metódico; algumas das coisas que queríamos explorar eram consideradas erros por eles; como por exemplo, aumentar a pressão da máquina para gerar relevo do clichê no cartão.
Já falamos um pouco sobre tipografia manual aqui, infelizmente não podíamos ir tão longe quanto o pessoal da Corrupiola, mas achamos que o resultado ficou bem legal. As fotos não fazem jus aos detalhes dos papéis, mas as diferentes texturas, cores e até as espessuras dos cartões ficaram muito bonitas com a marca do T&t.


Para a frente do cartão, onde iriamos organizar as informações de contato escolhemos uma composição não-linear, para explorar o espaço do cartão e experimentar um pouco novos alinhamentos. O cartão saiu como esperávamos, diferente, não convencional, experimental e atrativo e gastando o mínimo possível. Gostamos bastante do resultado.
E você, o que achou do cartão? Já teve experiência com tipografia, e se teve como foi? Tem interesse ou vontade de experimentar também? Dê sua opinião e compartilhe sua experiência aqui no blog ou pela página do facebook.
Até a próxima!