Corrupio, em português, significa brincadeira. “Corrupiola” é uma palavra inventada por Aleph Ozuas, que pode ser divertimento, fazer brincadeiras ou o que for relacionado. A partir dessa ideia foi criada a Corrupiola, empresa que trabalha confeccionando caderninhos exclusivos – chamados Corrupios – feitos sob encomenda, à mão, com o máximo de qualidade e personalização. Criada por dois alunos da UFSC, eles utilizam a tipografia em seus Corrupios, possuindo até máquina própria para a impressão.

Conversamos com os donos da empresa sobre o craft, tipografia, design e a própria empresa.

Currupio com impressão tipográfica.*

Criada em 2008 por Leila Lampe, mestranda em Literatura na UFSC e designer gráfica, e Aleph Ozuas, doutorando em Literatura e webdesigner, ambos com a vontade de ter uma empresa própria, com produtos legais e que os fizesse felizes, a Corrupiola surgiu na mesma época em que o craft veio com tudo dos EUA, divulgado em lojas online como a Etsy.com. Os sócios aproveitaram-se desse movimento de forma sustentável e handmade, como contam:

O Craft é também uma escolha de vida, pensamos o orgânico e a reciclagem na nossa maneira de viver, desde o que comemos, procurando sempre o produto feito em casa, até os fornecedores do nosso trabalho, que estão perto de nós. Pra quê comprar uma embalagem que acondiciona o nosso produto mais barato e proveniente da China se uma embalagem pode vir aqui de São José? Custa mais caro pra nós? Sim, mas e para o meio ambiente, quanto custa?

Apesar dessa cultura sustentável e manual, em alta nos dias atuais, os produtos da Corrupiola ainda são mais bem aceitos no exterior do que no Brasil, mas aos poucos o brasileiro está modificando sua forma de comprar conscientemente. A empresa está sempre em contato com os clientes, que, pelo processo diferente, estão sempre interessados em aprender sobre as técnicas dos dois, autodidatas. Assim, a empresa já ofereceu algumas oficinas para os interessados.

Oficina de costura japonesa ministrada pela Corrupiola.*
Tipos móveis utilizados para o Letterpress nos Corrupios.*

A Corrupiola possui máquinas próprias para a impressão, utilizando em seus produtos principalmente as técnicas de Tipografia e a Serigrafia. Perguntamos sobre a impressão em Letterpress e o que os levou a escolher esse processo e adquirir máquinas próprias.

Foi bem difícil (conseguir as máquinas), desde a máquina e os tipos. Demoramos 5 anos para montar o que temos hoje. E ainda precisamos desempastelar muitos tipos! A motivação foi o Cleber, sem dúvida, e também a vontade de não terceirizar, de ter à mão todas as etapas do processo. Seria muito fácil mandar imprimir os trabalhos em gráfica, mas e qual seria a diversão? O processo é a parte legal do negócio. A mão na tinta, o cheiro, os acertos e os erros, os trabalhos ganhando forma na impressão.

Uma das máquinas de Tipografia adquiridas pela empresa.*

Com os Currupios como carro chefe, a Corrupiola busca trabalhar com ideias em papel. Assim, vendem também outros produtos e ferramentas autorais para a produção dos caderninhos em casa, buscando fazer as pessoas felizes com os seus próprios cadernos, inspirando e incentivando a criatividade de cada um, vendendo não apenas produtos, mas experiências, como o nome já diz.

Como inspiração, Leila e Aleph citaram o estúdio Zoopress, do Rio de Janeiro, cuja relação é de admiração e afeto. Outra referência é o trabalho da ilustradora e designer brasileira/inglesa Thereza Rowe, que desenhou uma coleção exclusiva para a Corrupiola e trabalha com colagens. Ela também ilustrou o primeiro livro infantil da Fernanda Takai e recentemente publicou seu primeiro livro autoral por uma editora norte-americana.

Os corrupios em colaboração com Thereza Rowe, impressos em serigrafia.*

Definindo-se como uma empresa adepta aos trabalhos manuais, ao craft, contam que não pretendem virar uma grande empresa – gostam de como são hoje. Vôos precisos e dentro de suas possibildades.

Mais sobre a Corrupiola

www.corrupiola.com.br

www.facebook.com/corrupios

www.instagram.com/corrupiola

Fotos: site e Facebook da Corrupiola.

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