Como falar sobre tipografia no Brasil sem falar em Cleber Teixeira?
O editor, poeta e tipógrafo carioca de um talento impar e extrema generosidade mudou-se para Florianópolis em 1977 trazendo a editora Noa Noa.
Sua produção artesanal e rica em detalhes era toda feita com tipos móveis, usando uma impressora tipográfica do século XIX. O resultado eram livros únicos e especiais, destinados principalmente a colecionadores. Entre as obras destaca-se Mallarmé, Donne, Cummings, Keats, poetas provençais, Gertude Stein, Afonso Ávila e José Paulo Paes.
Quem teve a honra de conhecer a editora, que funcionava no porão de sua casa na Agronômica, sabe o quanto os livros eram bem tratados por ele. E com a mesma cordialidade que tratava seus livros Cleber recebia alunos, professores, editores, escritores, enfim, quem mais como ele apreciasse esta arte.
Infelizmente Cleber deixou este mundo no ano passado, dia 22 de junho, mas seu legado com certeza não será esquecido.
Quem quiser saber mais sobre a sua história tem duas ótimas opções, um livro e um documentário.
O livro Editores Artesanais Brasileiros, de Gisela Creni, traz um capítulo inteiro sobre Cleber e a editora Noa Noa, merecidamente colocado ao lado de outros grandes editores. Veja mais no site da Editora Autêntica.
A história de Cleber também está registrada no documentário Cleber e a Máquina, dirigido por Rosana Cacciatore. Lançado em dezembro do ano passado o filme foi produzido depois da morte do tipógrafo e mostra o depoimento de amigos, colegas e personalidades.
O documentário deverá ser exibido novamente durante o 18º Florianópolis Audiovisual Mercosul – FAM, de 23 a 30 de maio na UFSC.
Mais informações no site do evento www.audiovisualmercosul.com.br/ e na página Cleber e a Máquina no Facebook.
Tipos & Textos 